não sei por onde começar. desenvolver torna-se uma tarefa um pouco impossível quando me deparo com sentimentos dos quais só o meu coração conhece. expô-los parece-me tão difícil, tal como um sonho que temos mas que não se realiza porque vai para além das nossas expectativas. perguntas e perguntas permanecem, enchendo-me a cabeça e por vezes levando-me a ter atitudes ou humores incorrectos. embora me consigam levar à exaustão, faço de tudo para não as esquecer. porquê? nem eu sei. talvez para me lembrar todos os dias o que é a minha vida realmente e o que ando a fazer no meio de tudo. este tudo que é uma imensidão de coisas, coisas estas que talvez façam a pessoa que eu sou hoje. mas, por vezes, perco-me de algumas delas e não me consigo reconhecer a mim mesma, em certas ocasiões. pensar que tudo se perde e tudo se ganha. sem certezas, sem batotices, sem seguranças, sem exactidão; a vida não nos permite isso, apenas dar o passo. talvez para o abismo, talvez para uma nova jornada, um dos muitos que iremos dar, num novo caminho. e depois de passar-mos por muitos destes, somos capazes de voltar e fazer tudo igual. à espera de um novo caminho ou, por vezes, de um novo abismo. eu acredito piamente que me encontro num abismo, acabei de dar o passo. o chão fugiu-me rápidamente, como se me tirassem um tapete debaixo dos pés. e dei por mim a cair, cada vez mais fundo. tão fundo que me parece impossível subir, chegar ao topo torna-se cada vez mais difícil e mais improvável. arranjar força no meio do nada faz com que a própria esperança deixe de existir. lutar com razões e motivos não serve de nada quando não os temos. acreditar. mas em quê quando insistem que continuemos encurralados no meio do nada, do vazio. quando o que nos resta é coleccionar o que há de bom no que nos parece ter defeito.
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