20110626

pedaços.

Não sei como e tão pouco o porquê. Dizer que 'me apeteceu' é muito vago e iriam surgir dúvidas e questões. Simplesmente à muito que não o fazia, nunca antes sentira tanta vontade como agora. Exprimir-me por palavras aqui, neste preciso instante. Apercebi-me que o faço mais frequentemente e a razão é que ando perdida. Vagueio nos meus próprios pensamentos, misturando tanta coisa que a confusão acaba por instalar-se. Apercebi-me que preciso de algo mais, preciso de afecto. Mas não um qualquer, não um mero abraço. Preciso de afecto, mas somente o dele. Perguntas tais como 'isto é possível? tanta importância numa só pessoa?' começam a pairar no ar, impedindo-me sequer de as esquecer ou pensar noutra coisa qualquer. Não sei se valerá a pena tanta preocupação, mas o sentimento acaba por falar mais alto. Confuso, muito confuso.  Não que ele não mereça ou porque tenha errado, mas porque nós, humanos, não controlamos isso, por mais que tentemos, não controlamos o que vem a seguir. Acabo de abrir a minha mão bem de vagar, como se isso fosse ajudar em alguma coisa. Algo me fugia por entre dedos, tal como pequenos grãos de areia e que ao chegarem ao chão voavam com o vento. Algo me escapou, algo grande, grande como o mundo, como as estações do ano, como gestos, palavras, ar, temporais, pessoas, locais, afectos, música, frases, perfeito, conversas, paisagens (...) tão grande, tão grande... Algo me escapou, algo maior que isso tudo junto. Algo a que damos o nome de: felicidade. Nesse mesmo instante, em que as minhas mãos se encontram vazias, nuas e frias, sei que tenho um maior objectivo em mente. Libertei a minha felicidade em troca de outra, mas esta com mais sentido, mais vontade e sem obrigações. Apenas por pura vontade e desejo. A felicidade dele. Fechei as mãos de modo a que pudesse protegê-la o melhor que podia, sem nunca causar danos. E lá no fundo desejava que ele fizesse o mesmo por mim, que a segurasse, protegesse. Mesmo com as minhas mãos a tremer ou até mesmo com a minha fé perdida eu faço-o de coração bem aberto, apenas porque é só isso que me importa. E nos meus tempos mais solitários e frios, em que não tenho nenhum abraço quente para me ajudar, dizer 'basta' é a única coisa que me invade a mente e polui o coração. Tentando convencer-me a mim mesma que já é o suficiente, mas sem sucesso. Não teria sentido, nada teria sentido. Agarraria-me a alguma coisa mas não posso, não enquanto tiver as mãos ocupadas. Deixo-me tombar no chão e eu bem sei que dói, mas fico sempre na esperança que aquele gesto irá ser de alguma forma valorizado. E mesmo no chão, caída e vulnerável, consigo ser forte e colocar um sorriso na cara, pois eu sei que isto tudo é por ele.


« então vê se te começas a cagar a rir, porque senão mato-te à dentada :l »;
obrigada*

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