20110704

certo e errado.


sabia que era impossível. cada vez mais distantes e afastados. a esperança começava a morrer e poderia jurar que o amor por ele tinha tomado o mesmo rumo. sem uma palavra, sem que ele se apercebesse, ela ia desistindo aos poucos do sonho e da mentira de algum dia o poder ter. isso já não fazia mais sentido para ela, era uma ideia absurda e sem nexo. não valia a pena perguntar o porquê, tinha passado muito tempo e ela já sabia a resposta exacta. aceitar a verdade nem é o mais difícil depois de tudo o que se passara, mas sim ter de seguir em frente sem justificações ou explicações a dar. a sua respiração era irregular. ela olhou para trás, para tudo o que tinha feito. saudades. fechou os olhos, virou a cara e contemplou tudo o que a rodeava até se fixar num único ponto, o horizonte. mas era impossível, o caminho era demasiado grande e perigoso para o fazer sozinha. deu um suspiro longo e demorado, daqueles que significam 'vou-me embora a menos que me dês uma razão para ficar'. mas era impossível, demasiado impossível, tão impossível. e ela sabia-o. apenas queria que tudo fosse verdadeiro, tal como ela desejava. qualquer coisa a podia parar. um sorriso, um toque no ombro, um abraço, uma palavra ou até mesmo o gritar do nome dela. deu um passo em frente e nada a impediu de o fazer. as lágrimas já eram visíveis e enxarcaram-lhe as bochechas. e ela deu mais um passo e outro e ainda outro. seguiu sozinha e ela sabia que aquele caminho ainda agora tinha começado.

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