T.:'Estás cada vez maior!'
C.:'E tu sempre com melhor aspecto!'
T.:'Entrem, o almoço está pronto!'
A casa era rústica, não muito grande mas acolhedora, uma verdadeira casa de campo. Sentá-mo-nos todos à mesa e a claridade entrava pelas janelas que davam vista para o prado enorme nas traseiras da casa. Era bife com batatas fritas e arroz, sabia divinamente!
G.:'Já não comia assim tão bem à imenso tempo!'
T.:'Vou-me desenrascando' - sorriu.
Passei a tarde inteira com eles ouvindo as suas histórias e anedotas, percebo agora de onde a Carolina fora buscar o seu sentido de humor. Sabia bem gargalhar num dia quente daqueles, o tio dela pôs uma ventoinha na cozinha e a brisa da mesma não nos deixava com o calor desconfortável. Obrigou-nos a ficar para jantar e agradeci-lhe mentalmente por isso, os pratos dele eram qualquer coisa de óptimo, tanto que tinha sempre que repetir. Senti-me satisfeito finalmente, levantá-mo-nos da mesa arrumando a nossa loiça dentro da máquina de lavar e viemos cá fora explorar o prado. Estava escuro, mas uma pequena parte era iluminada pela luz do alpendre. Sentia-se que era uma noite quente e sabia bem quando a brisa fresca nos passava pelo corpo. Decidimos caminhar um bocado mas não fomos longe, apesar de não haver lá ninguém conhecíamos muito pouco aquilo. A relva era alta e dava-nos pelas canelas, tal como as flores, os dentes de leão desfaziam-se quando passávamos a mão por eles e de repente vi-mo-nos rodeados de pirilampos. A Carolina sorriu-me enquanto tentava agarrar um deles, mas sem sucesso, agarrei-a pelo braço e muito rapidamente subi-a para cima dos meus ombros. Lá no topo ela ficou maravilhada com a quantidade de pirilampos que andava em torno dela e apertou-me as mãos ainda mais, o que me fez sorrir. Levei-a assim pelo caminho e entretanto encontrámos um pequeno riacho, não demorou até nos sentar-mos na berma.
C.:'Está linda a lua hoje.'
Concordei com a cabeça e sorri-lhe.
G.:'Não queres molhar os pés?'
C.:'É capaz de ser uma boa ideia!'
Ambos tiramos as sapatilhas e mergulhamos os pés na água, esta era tão límpida que dava para ver o fundo mesmo só com a luz da lua. Senti-me um bocado nervoso por estar a partilhar um momento tão íntimo com a Carolina, quer dizer, para mim era... Tentei descontrair e apoiei-me nas mãos, ela fez o mesmo e sem querer a mão dela ficou por cima da minha, apesar disso nenhum de nós se mexeu. Sentia-me tão perto dela que só de pensar ficava ainda mais nervoso e não sabia o que lhe falar.
G.:'Sabes o que era óptimo?'
C.:'O quê?'
G.:'Hmm...'
C.:'Diz-me!'
G.:'Esquece, não tens coragem.'
C.:'Diz de uma vez.'
G.:'Dar-mos um mergulho.'
Não pensei duas vezes, tirei a t-shirt e desapertei as calças enquanto a Carolina se esforçava em olhar para o outro lado. Mesmo que a luz fosse fraca eu sabia que ela tinha corado. Entrei na água e a sensação nunca me soubera tão bem.
G.:'Anda daí, Carolina! Vais adorar!'
C.:'Estás maluco, Gonçalo!'
G.:'Eu bem disse que não tinhas coragem.'
Mal disse isto a Carolina pôs-se de pé e começou a tirar as roupas também, ficando apenas de cuecas e soutien, fui descarado o suficiente para olhar apesar de ela se sentir envergonhada. Ela era realmente bonita e só agora reparei nas curvas que ela possuía. Entrou devagar na água, mas não conseguiu entrar totalmente, estava com medo. Aproximei-me dela e pus-lhe as minhas mãos nas ancas, puxando-a para mim, ela juntou os braços atrás do meu pescoço, cruzou as pernas atrás das minhas costas e ajudei-a a entrar... Senti-me ainda mais perto dela mas não sei se queria isso, não sei se queria remexer nestes sentimentos postos para o lado e guardados numa gaveta, puxei-nos para baixo e mergulhá-mos os dois. Trouxe-a outra vez acima e ela sorria, o seu cabelo estava molhado e posto para trás das costas, os seus caracóis já não tinham forma, mas nem assim ela deixou de ser linda. Comecei a pensar nos sentimentos que ela me estava a fazer sentir e então afastei-a do meu corpo, não bruscamente, ela rapidamente encontrou pé.
C.:'Tinhas razão, estou a adorar.'
Sorri-lhe e mergulhei na direcção dela, tentou escapar-se de mim mas não conseguiu e agarrei-lhe pelas pernas. Soltou um riso alto e desesperado na tentativa de se livrar de mim e de me afogar ao mesmo tempo, levantei-a e atirei-a para uns dois metros longe de mim.
C.:'Tu vais ver, Gonçalo!'
Comecei a rir-me e ela esforçou-se para nadar o mais rápido até mim, quando chegou perto começou a atirar-me água para a cara.
G.:'Tu não acabaste de fazer isso!'
Ela começou a gritar quando fui atrás dela, acabámos por nos divertir os dois, já não soltava assim umas quantas gargalhadas à imenso tempo.
C.:'É melhor irmos andando, o meu tio está sozinho.'
Eu concordei e reparei na maneira que ela sorria para mim. Tentámos tirar maior parte da água da única roupa que tínhamos no corpo, vesti os meus calções e ela os seus e dei-lhe a minha t-shirt para não haver necessidade de molhar o seu top. Fomos pelo carreiro que tinha sido desenhado no prado por ser tantas vezes pisado e ainda íamos a gargalhar. Sentia-me tão descontraído, ambos felizes de sapatilhas na mão numa noite quente e durante o caminho trouxe-a até mim e depositei-lhe um beijo na cabeça, continuámos a andar. Não sei o que parecíamos mas o tio dela começou a rir-se quando chegámos ao alpendre naquele estado, emprestou-nos toalhas e rapidamente nos secamos. Ficamos mais um pouco a conversar para fazer tempo até ao nosso próximo autocarro. Quando acabou o dia e me deitei na cama senti-me completo, sentia-me realmente feliz. Apesar da Carolina parecer preocupada à vinda embora, mas deixei-a estar com os seus pensamentos, de qualquer das maneiras sentia-me exausto. Mandei-lhe uma mensagem antes de adormecer.
*Obrigado pelo dia de hoje, já não me lembrava do que era rir assim. Adoro-te, beijo*
No dia seguinte fui despertado pelos quentes raios de sol a invadirem o meu quarto, espreguicei-me e busquei o meu telemóvel para ver as horas - 9h13. Tinha uma mensagem na caixa de entrada e era da Carolina, provavelmente a responder-me à mensagem da noite anterior.
*Nem eu, espero mesmo que possamos repetir mais vezes. Também te adoro, beijo*
Sorri nesse instante, fechei a mensagem e automaticamente fui parar à caixa de entrada. Reparei que, em antepenúltima, está a mensagem do nr desconhecido. Fiz questão de perguntar ao Bernardo se sabia de alguma coisa, já que tinha saído com ele nessa noite.
B.:'A morena com quem estiveste ficou com o teu número, oh sardão!'
G.:'Ah, então é dela a mensagem, quando é que lhe dei o meu número? Nem o sei de cor, quanto mais bêbado!'
B.:'Mano, quando te fui buscar o Ricardo veio comigo e antes de irmos ela estava a falar com ele, provavelmente foi ele que lho deu. Estás cheio de sorte que mesmo quase a gregares-te ela ainda te quer ver outra vez!'
G.:'Ahah, nem brinques! Vou-te dando notícias. Tchau!'
B.:'Tchau!'
Algo começava a fazer sentido na minha cabeça e ia ficando cada vez mais entusiasmado com a ideia. Rapidamente me esqueci dos sentimentos partilhados na noite anterior, ainda ia aproveitar bem esta oportunidade.
*Estou sempre disponível* - a enviar.
*Estou sempre disponível* - a enviar.
finalmente arranjei um tempinho para pôr a leitura em dia, e como seria de esperar, a tua história está a prender a minha atenção :D Estou a adorar **
ResponderEliminarai é tão bom ouvir isso! *o*
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