20111001

Gonçalo is speaking # 13


   Quando acordei já era de noite, tínhamos adormecido. A Carolina permanecia ligeiramente por baixo de mim, um dos meus braços encontrava-se pousado sobre ela, o outro por baixo do seu pescoço e uma das minhas pernas enroladas nas dela, apesar de me mexer ainda dormia profundamente. Ao rolar para o lado para sair da cama em silêncio não reparei que estava na ponta e acabei por cair no chão. Sem querer acordá-la levei a mão à boca para não me rir, só a mim! Levantei-me devagar do chão com o meu rabo dorido e fiquei a olhar para ela a dormir. Como é que conseguia sentir algo tão forte por ela? Peguei no meu telemóvel e vi as horas, 23:37h, só desejava poder passar a noite com ela. Passei o quarto passo a passo até chegar à porta e quando saí encostei esta muito devagar atrás de mim. Ia já a descer as escadas e quando cheguei ao piso de baixo dirigi-me à cozinha, estava a mesma confusão de sempre mas agora a mãe dela encontrava-se lá no meio.
        G.:'Vi o seu bilhete Dona Carmo, quando vim preparar o nosso lanche, correu tudo bem e acho que a Carolina já se sente melhor, espero ter sido uma boa ajuda.'
         C.:'Eu é que agradeço Gonçalo, era disso que ela estava a precisar e só tenho que te agradecer por isso. eu fui ao quarto ao fim da tarde e como estavam a dormir e tu não parecias acordar liguei para a tua mãe para ela saber que estavas bem. queres ficar cá a jantar?'
        G.:' oh, obrigada, mas não posso aceitar é melhor voltar para casa. mas prometo que fico para uma próxima.
       C.:'Pronto, fica prometido. amanhã queres ir connosco ao hospital? tenho a certeza que mal a Carolina acordar vai ser a primeira coisa a querer fazer e eu sei que és o único que consegue fazer com que ela venha de novo para casa, se quiseres falo com a tua mãe.
        G.:'Claro, teria muito gosto em ir !'
        C.:'Queria pedir-te mais uma coisinha, vou ter que trabalhar estas semanas e não vou ter muito tempo para ela, não te importas de vir cá e levá-la a espairecer e assim? Ficava-te muito agradecida e se quisesses eu até te pagava…' - fiquei triste com a ideia.
       G.:'Dona Carmo, por favor, a Carolina é minha amiga e tenho todo o gosto em fazê-lo de livre vontade, não quero que me pague de maneira nenhuma!
       C.:'Oh, obrigado Gonçalo, nem sabes o jeito que fazes!'
   Fiquei contente por saber que ia poder ver a Carolina todos os dias e ajudá-la, eu sabia que Dona Carmo trabalhava e não iria poder estar em casa com ela, como tal responsabilizei-me por tomar conta de Carolina. Certificar-me que ela come e se distrai da melhor maneira, combinei com a mãe dela aparecer lá em casa por volta das dez da manhã.
       G.:' Aqui estarei.'
   A caminho de casa ia a pensar nestes últimos dias e como tenho sido inútil, tenho que dar uma mão nisto, pensei. Desde já vou avisar a minha mãe do que combinei com Dona Carmo, de certo que ela vai aceitar, afinal de contas ela até me batia se eu não o fizesse. Estou a falar muito a sério! Também tenho que resolver as coisas com o Bernardo e estar com ele, afinal ele nunca me abandonou até agora apesar das coisas todas que eu tenho feito. Vou também começar a surfar mais vezes, não vá eu perder o jeito… e também porque quero matar saudades e reaver os meus amigos. Quero começar tudo de novo com a Carolina, quero ver no que isto pode dar, afinal de contas não tenho muita experiência em namoros, nunca gostei tanto de uma rapariga a esse ponto, é preocupante? A Carolina é diferente, acho que nunca senti nada assim por uma rapariga… O que é que ela anda a fazer comigo? Sinto que tenho que a seguir para todo o lado, melhorar tudo na vida dela. Mas e se este sentimento for passageiro?
   Mal cheguei a casa já me sentia com saudades dela mas resolvi pôr isso de lado. Tinha mesmo que descansar, já era tarde e nem sabia se a minha mãe estava acordada para lhe contar as novidades, de certeza que ela ia gostar de saber. Entrei na cozinha e lá estava ela a beber um café com uma revista "cor-de-rosa" na mão. 
       G.:'Ainda a pé?'
       M.:'Sim, parece que não tens horas para chegar a casa.' - piscou-me o olho.
       G.:'Hmm, adormeci.' - disse envergonhado.
       M.:'Então, como correu?'
       G.:'Ela está bastante em baixo, consegui que ela se sentisse um pouco melhor.'
       M.:'Ao menos isso, coitadinha.'
       G.:'Amanhã vou com ela ao hospital mãe, a dona Carmo pediu-me.'
       M.:'Fazes bem, sinto-me orgulhosa de ti!'
   Depois de falarmos mais um pouco sobre tudo isto decidi-mos ir descansar, agora já estava mesmo tarde. Mal entrei no meu quarto, despi a roupa que estava a usar e enfiei uns calções, hoje fazia mesmo calor. Puxei os lençóis todos para trás e desliguei a luz do quarto, apenas entrava a luz dos candeeiros da rua pela janela do meu quarto. Deixei cair-me na cama e fiquei deitado de costas com as mãos atrás da cabeça. Comecei a pensar em tudo o que tinha acontecido nestes últimos tempos, não estava à espera que as coisas mudassem assim tão de repente. Assim que os olhos começaram a pesar deixei-me ir, estava mesmo cansado. Nessa noite sonhei com ela.


2 comentários:

  1. oh Joana, e eu os teus, mas muito obrigada mesmo!
    leio e volto a ler e é como se fosse sempre a primeira vez, aquela vontade que te dá, ao ler a primeira frase, de ler o texto todo :ooo
    nem penses é em acabar com isto já , ahah :b

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  2. ohh Joana, se ao menos todas estas histórias fossem reais, a transbordar de finais felizes :b
    já te disse que amo tudo o que escreves, hoje? pois: eu amo*

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